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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Soneto da rosa tardia

Como uma jovem rosa, a minha amada...
Morena, linda, esgalga, penumbrosa
Parece a flor colhida, ainda orvalhada
Justo no instante de tornar-se rosa.

Ah, porque não a deixas intocada
Poeta, tu que es pai, na misteriosa
Fragrância do seu ser, feito de cada
Coisa tão frágil que perfaz a rosa...

Mas (diz-me a Voz) por que deixa-la em haste
Agora que ela e' rosa comovida
De ser na tua vida o que buscaste

Tão dolorosamente pela vida ?
Ela e' rosa, poeta... assim se chama...
Sente bem seu perfume... Ela te ama...

(Vinicius de Moraes)

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