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sexta-feira, 9 de julho de 2010

segundo soneto de meditação

Uma mulher me ama. Se eu me fosse
Talvez ela sentisse o desalento
Da árvore jovem que não ouve o vento
Inconstante e fiel, tardio e doce

Na sua tarde em flor. Uma mulher
Me ama como a chama ama o silêncio
E o seu amor vitorioso vence
O desejo da morte que me quer.

Uma mulher me ama. Quando o escuro
Do crepúsculo mórbido e maduro
Me leva a face ao gênio dos espelhos

E eu, moço, busco em vão meus olhos velhos
Vindos de ver a morte em mim divina:
Uma mulher me ama e me ilumina.

(Vinicius de Moraes)

1 comentários:

Artigos & Crônicas disse...

Que Deus abençoe esse amor... que ele seja puro, fiel e permanente.
Parabéns pelo Blog!
Abraços.
Sonia costa

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